Maníaco do Parque não fala só sobre o Serial Killer

Na verdade, não se fala quase nada sobre a história ou motivação de Francisco Pereira de cometer tal atrocidades.

Mas isso não quer dizer que seja um filme ruim.

Maníaco do Parque conta a história de Elena, uma jornalista (que não existiu na vida real) que busca se consolidar no mercado. O rumo da história muda quando ela descobre os corpos no Parque Ibirapuera, e começa a investigar o que estava acontecendo.

A busca pelo serial killer traz matérias poderosas que fazem com que ela (e o jornal que faz parte) ganhem notoriedade. Porém, mesmo esse sendo o motivo inicial da jornalista, ele não dura muito tempo. Quanto mais Elena descobre, mais ela quer descobrir e dar voz às vítimas. 

O personagem interpretado por Silvério Pereira, tem o seu lugar na história mas sem muito destaque. Conseguimos olhar o cenário em que vivia, e apesar de ter poucas cenas mostrando os crimes, entendemos o modus operandi do assassino. A atuação foi muito caricata e por vezes contraria o que o próprio filme diz sobre psicopatas. Para alguém que não tem nenhum tipo de sentimento, o personagem sente até demais.

Ao inserirem Giovanna Grigio na trama, trouxeram uma nova perspectiva que mudou totalmente o que achávamos que seria. Nosso olhar foi direcionado a mulheres. Mulheres essas que foram vítimas e que sobreviveram ao terrível acidente de esbarrar com o maníaco do parque. 

Ainda falando sobre as mulheres, outra coisa chamou a atenção no filme. Elena era a única mulher no jornal que trabalhava e era desvalorizada a todo momento pelo seu chefe extremamente machista. Ela precisava se provar a todo momento para dar a ele motivos para mantê-la no jornal.O serial killer procurava fama, e isso não foi dado a ele com esse filme. O Maníaco do Parque fala sobre o silenciamento de mulheres da época, e que se estende até hoje. Por fim, posso dizer que o filme não entrega o que nós esperávamos, mas que tem uma certa importância dentro da sociedade.