Netflix inicia gravações de minissérie sobre acidente com césio-137 em Goiânia
- Jéssica Esteves
- 5 de jun.
- 2 min de leitura
'Emergência Radioativa' trará à tela o drama vivido em Goiânia em 1987, com Johnny Massaro no papel principal e elenco repleto de grandes nomes do cinema nacional.

A Netflix anunciou a produção da minissérie original brasileira 'Emergência Radioativa', que abordará o acidente com o césio-137 ocorrido em Goiânia em 1987. Considerado o maior acidente radiológico fora de uma usina nuclear, o evento será retratado sob a perspectiva de físicos e médicos que atuaram na tentativa de conter a contaminação e salvar vidas.
O ator Johnny Massaro foi confirmado como protagonista da série, interpretando um físico envolvido nos esforços para lidar com a crise. O elenco também inclui Paulo Gorgulho, Bukassa Kabengele, Alan Rocha, Antonio Saboia, Luiz Bertazzo e Tuca Andrada.
A criação da minissérie é de Gustavo Lipsztein, com direção de Fernando Coimbra e produção da Gullane. As gravações já estão em andamento, e a previsão é que sejam concluídas até o final de 2025.
Emergência Radioativa faz parte de um pacote de dez novas produções brasileiras anunciadas pela Netflix, que incluem séries, filmes, documentários e reality shows.
A minissérie busca resgatar, por meio da ficção, um evento histórico que, apesar de sua gravidade, permanece pouco lembrado pela maioria dos brasileiros.
Sobre o acidente

O acidente com o césio-137, que serve como pano de fundo para a minissérie, é considerado o maior desastre radiológico do mundo fora de uma usina nuclear. O episódio teve início em setembro de 1987, quando um aparelho de radioterapia abandonado em uma clínica desativada de Goiânia foi encontrado e desmontado por catadores de sucata, que desconheciam os perigos do material.
Dentro do equipamento estava uma cápsula contendo cloreto de césio-137, uma substância altamente radioativa. A cápsula foi aberta e o pó azul brilhante chamou a atenção dos envolvidos, que distribuíram o material entre familiares e vizinhos, sem saber que estavam lidando com um agente letal. Nas semanas seguintes, dezenas de pessoas apresentaram sintomas de contaminação e o caso passou a mobilizar autoridades locais e federais.
O resultado foi trágico: quatro pessoas morreram em decorrência direta da exposição, incluindo uma criança de seis anos, e mais de 600 foram diagnosticadas com níveis perigosos de radiação. Centenas de residências e objetos precisaram ser isolados ou destruídos, e o caso colocou Goiânia em alerta máximo, exigindo medidas emergenciais de descontaminação e tratamento médico especializado.
O desastre revelou falhas graves na segurança com materiais radioativos no Brasil e levou à revisão de protocolos nacionais e internacionais para o armazenamento e descarte de resíduos nucleares. Décadas depois, o acidente ainda carrega profundas marcas na memória da cidade e de seus habitantes, agora retratadas em uma produção que promete dar visibilidade a um episódio tantas vezes esquecido pela história.
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